15/04/2025 - Pais de um aluno autista estão buscando soluções jurídicas contra a UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais), campus de Passos. Eles alegam que o seu filho foi vítima de capacitismo (discriminação ou preconceito contra pessoas com deficiência) no curso de Medicina, no qual está no quinto período.
Segundo a família, durante uma reunião entre professores e alunos, em 31 de março, colegas reclamaram de ter que fazer trabalhos com o estudante autista de 20 anos, alegando que tiravam notas menores do que as do restante da sala e que ele seria um “fardo” para o grupo.
Três alunos teriam dito que, enquanto outros grupos tiravam nota em torno de 20 pontos, eles tiravam 16 porque o aluno autista seria lento nas apresentações.
De acordo com a família, o estudante conseguiu gravar parte da reunião e, com base no que havia no áudio, os pais enviaram um e-mail para a universidade pedindo apuração rígida do ocorrido.
Em 2 de abril, dia em que é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, foi realizada uma reunião na UEMG, com os envolvidos e todos, inclusive o estudante que havia denunciado o capacitismo, foram punidos com uma advertência.
A universidade teria alegado como justificativa que o que ocorrera havia sido uma briga geral entre os alunos.
A família está muito abalada com os acontecimentos. O aluno ficou vários dias sem frequentar as aulas. Após a reunião, os pais procuraram um escritório de advocacia para tomar as medidas legais cabíveis.
O advogado disse que, até então, a UEMG não entrou em contato com a família e está tratando o assunto com normalidade.
Por meio de uma nota da sua assessoria de imprensa, a UEMG alegou que repudia qualquer forma de discriminação e que instaurou uma Comissão de Inquérito Disciplinar para apurar rigorosamente os fatos e adotar as medidas cabíveis. A universidade nada comentou sobre a advertência dada ao aluno autista.
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