02/05/2025 - A suspensão de novas internações no Hospital Psiquiátrico Gedor Silveira (HGS), em São Sebastião do Paraíso, em vigor desde 25 de abril, trouxe à tona a pior crise financeira da instituição em quase oito décadas de funcionamento. Em ofício aos 154 municípios referenciados, a Fundação Gedor Silveira aponta o congelamento da diária do SUS em R$ 82,40 desde 2018 como a principal causa do colapso, mesmo após sentença que fixou o valor em R$ 220.
O curador da Fundação Gedor Silveira, Fernando Alvarenga disse que o acordo com as prefeituras foi cumprido até outubro de 2024; depois ninguém mais deu resposta. Hoje o hospital absorve um déficit superior a R$ 400 mil por mês para manter cerca de 110 pacientes e já não tem condições de assumir esse descaso com a saúde mental.
Alvarenga falou que há uma política de desrespeito ao ser humano. Falam em desospitalização, mas nem todas as cidades têm CAPS, e as que têm não suportam a demanda. Ele já esteve em Brasília e em Belo Horizonte, mas Estado e União não oferecem solução.
Fernando confirmou tratativas com Ministério Público e Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais para evitar que o hospital feche as portas.
O Pacto COMPOR, firmado em novembro de 2023 com repasse mensal de R$ 2,5 mil por município, garantiu fôlego de menos de um ano.
O prefeito Marcelo Morais afirma ter sido comunicado apenas no último dia 25 de abril e que o município, gestor pleno da saúde, não participou das últimas reuniões mais recentes com Estado e União:
Morais disse ainda que convocou sua equipe para analisar medidas emergenciais e prometeu “não deixar o hospital fechar por omissão do município”.
O Hospital Gedor Silveira foi fundado em 1962 e é referência para 158 municípios.
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