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A fé só se manifesta na vida em comunidade

Então a experiência da vida comunitária, está sendo agredida, privada nos tempos de nós estamos vivendo

12/04/2021 às 15h37
Por: jbbarbosa Fonte: Homilia Padre César
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Padre César Acorinte
Padre César Acorinte

11/04 - Como é bom estarmos unidos e reunidos pela fé, unidos e reunidos pelo amor, sim é o amor de Cristo que nos une, é a nossa fé que nos une, neste momento, nesta celebração eucarística, quando nós mais uma vez fazemos a experiência do Cristo vivo, do Cristo ressuscitado em nosso meio.

 

Queridos irmãos e irmãs, eu gostaria de neste domingo, também instituído pelo Papa São João Paulo II como o domingo da misericórdia, de olhar dois pontos da liturgia, ou do evangelho que nós acabamos de ouvir e que nos foi proclamado. Dois pontos que eu vejo que são muito importantes, diria essenciais para a nossa vida, e eu percebo que em torno destes dois pontos nós a humanidade, e por que não dizer a igreja, e o indivíduo como um todo, ele tem passado, ou tem enfrentado uma crise enorme, uma crise muito grande, a fé, e a experiência da vida comunitária.

 

Nós estamos diante desses dois pontos, a fé, e a experiência da vida comunitária, nós estamos enfrentando, ou passando por uma forte crise, porque nós estamos sempre, ou a cada dia mais, sendo colocados à prova, testados diante das situações que nós estamos vivendo, primeiro a fé, ela é um dom, um dom que nós recebemos de Deus no dia do nosso batismo, se nós não alimentarmos a nossa fé, ela enfraquece, e pode até mesmo acabar.

 

Assim como nós alimentamos o nosso corpo físico, assim como nós alimentamos a planta, é preciso alimentar a nossa fé, e para nós cristãos os dois grandes alimentos da nossa fé, é a palavra de Deus, e a eucaristia. Esses são sem dúvida alguma os dois grandes essenciais alimentos da nossa fé, sem os quais a nossa fé se torna frágil, fraca, não tem uma raiz profunda, e aí diante de qualquer vento, diante de qualquer terremoto, a árvore tomba, a árvore cai.

 

A fé é uma experiência pessoal, porém vivida em comunidade. A muito tempo a igreja vem falando da importância de se proclamar a fé, de se alimentar a fé em comunidade, e não é de hoje! e isto está lá nos atos dos apóstolos, como ouvimos na primeira proclamação, quando os cristãos, os primeiros cristãos, depois da morte de Cristo, eles passaram a se encontrar, a se reunir as escondidas, porque eles eram perseguidos, não podiam proclamar a sua fé publicamente, não podiam celebrar o seu culto publicamente porque eram perseguidos, então eles se reuniam às escondidas, muitos deles nas catacumbas, nos porões das casas. Para quê ? para partilhar a palavra, para partir o pão, e para o encontro fraterno, ou seja a vivência comunitária da fé. Ali eles escutavam a palavra partiam um pão e faziam a experiência comunitária da fé.

 

Olhando para o evangelho de hoje, de São Tomé, quando muitas vezes nós ficamos presos na sua incredulidade, mas precisamos dar um passo a mais, para percebemos a importância de estar na comunidade, ou de estar com a comunidade, e mais, de acreditar com a comunidade. Mais do que a incredulidade de Tomé, foi, o não estar com a comunidade naquele momento em que o ressuscitado ali apareceu, e estabeleceu um diálogo, uma conversa com os demais que ali estavam. Vejam vocês a importância de nós vivenciarmos, experimentarmos, alimentarmos a nossa fé, não de uma forma isolada, egoísta, como nós estamos vivendo no mundo de hoje, eu, eu, se eu vou à missa ótimo, o resto que se dane, se eu comungo, ótimo, o resto que se dane, se eu estou na igreja, ótimo, o resto que se dane. Quando os demais estão impossibilitados de participar.

 

Então a experiência da vida comunitária, está sendo agredida, privada nos tempos de nós estamos vivendo. Não estou questionando a necessidade d o isolamento ou do distanciamento social por conta da pandemia, mas vejam isso tudo vai esfriando, vai esfriando a nossa fé, isso tudo vai colaborando para que no futuro, quando uma normalidade acontecer, a gente continue nessa onda: eu não preciso estar com a minha igreja, eu não preciso estar com a minha comunidade para fazer a minha experiência de fé, para fazer a minha experiência do ressuscitado.

 

Foi o que aconteceu com Tomé, no primeiro momento quando o ressuscitado apareceu para os outros que estavam lá reunidos, Tomé não estava presente, e quando eles foram contar para Tomé a experiência que eles haviam feito do Cristo ressuscitado: ele apareceu para nós, Tomé, não acreditou na comunidade, estão tirando com a minha cara, se eu não colocar o dedo, se eu não vir, eu não vou acreditar.

 

Ele foi acreditar somente depois, quando ele estava com a comunidade. Jesus podem pegar os evangelhos, podem ler os evangelhos, depois da ressurreição até o final, todos os evangelhos, em momento algum ele apareceu para uma pessoa, em momento algum, ele sempre aparece para dois ou mais, em momento algum ele aparece para um. Depois da ressurreição ele aparece para dois ou mais, justamente para dizer, para mostrar a importância, o valor de professarmos a nossa fé em comunidade, nós não vivemos isolados, sozinhos, nós vivemos em comunidade, e alimentamos a nossa fé em comunidade.

 

O grande perigo, o grande risco que nós estamos correndo, é de que no futuro, repito, quando a normalidade voltar, para muitos o estar com a igreja, não é nenhum estar na igreja não, mas o estar com a igreja, não tenha nenhum sentido, não tenha nenhum valor, não tenha nenhuma importância, por que a minha fé, ahh! eu posso ir encontrar com Jesus, não preciso estar com os outros, não preciso ir na igreja.

 

Essa semana foi um debate. Um debate feio em torno desta questão, de gente que não entende nada de igreja, gente que não tem fé, que não entende nada da igreja, nem sei se vão à igreja, eese povo, porque eles se bastam! Gente que não entende nada de igreja, querendo resolver, ou querendo falar de coisas referentes a vida da igreja. É certo que o momento que nós estamos vivendo ele pede de nós um cuidado especial, é certo! mas temos que tomar cuidado com aquilo que nós falamos: eu não preciso ir à igreja para manifestar a minha fé, como não precisa? Se nós somos uma comunidade, se a nossa fé, não fortalecemos de forma egoísta, ou de forma individualista, mas a nossa fé ela é individual, mas ela é comunitária, olha o exemplo de hoje! Como pode isto?

 

É preciso que nós não acostumemos a isto, e quando essa normalidade da vida voltar, que também possa os nossos corações desejarem sempre estar com a comunidade, para com a comunidade nós fazemos a experiência do Cristo ressuscitado, fazermos a experiência do Cristo ressuscitado, de voltarmos, se temos tanto desejo de voltar ao trabalho, se temos tanto desejo de voltarmos a escola, as faculdades, se temos tanto desejo de voltarmos a vida social, frequentando: shoppings, barzinhos, frequentando festas, aqui festas acolá, que também em nossos corações possa arder o desejo de voltarmos a frequentar os nossos templos, as nossas igrejas, para celebrarmos juntos a eucaristia, para juntos como igreja, como comunidade, fazermos a experiência do Cristo ressuscitado.

 

Nós não fomos batizados para ser igreja sozinho, aliás não existe cristão avulso, não existe cristão avulso, você é batizado, nós somos batizados, para pertencermos a uma comunidade de fé, ou seja para pertencermos a igreja, o batismo nos faz pertencer a uma comunidade de fé, a uma igreja, não existe cristão avulso! não existe! se eu sou batizado eu pertenço a uma comunidade, e é nessa comunidade que eu vou celebrar a minha fé, é nesta comunidade que eu vou celebrar a eucaristia, é nesta comunidade que eu vou celebrar os sacramentos, é nesta comunidade que eu vou levar os meus filhos para serem batizados, é nesta comunidade que eu vou ,me casar, é né nessa comunidade que eu vou me crismar, é nessa comunidade que eu irei receber os sacramentos, não importa como ela seja, essa é a minha comunidade, é a minha igreja, é aqui que eu recebi o sacramento do batismo, é aqui que eu vou professar a minha fé.

 

Então nós precisamos ter isto muito claro em nossa mente.

Olhando hoje para Tomé, pensemos nisto: no desejo de quando voltar à normalidade, nós possamos ter em nossos corações, ou fazer arder em nossos corações, o desejo de estar com a igreja, e na igreja celebrando a nossa fé.

 

Texto transcrito da Homília do 2º domingo da Ressureição - Festa da Misericórdia                           Por Jbbarbosa

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